
Estudo da Ifac, Aicpa & Cima aponta que mais empresas no mundo buscam asseguração em relatórios de sustentabilidade
A busca por maior confiabilidade nas informações de sustentabilidade mantém-se em alta entre as maiores corporações globais. Segundo o mais recente relatório conjunto da International Federation of Accountants (Ifac), da AICPA & Cima, cerca de 75% das empresas já asseguram pelo menos parte de suas divulgações relacionadas a sustentabilidade em 2023.
O estudo, marcando o quinto benchmark anual e abrangendo dados do ano passado, aponta que a proporção de companhias que produzem relatórios de sustentabilidade permaneceu estável em 98%, demonstrando a consolidação dessa prática no cenário corporativo internacional.
Dentre os principais destaques, o levantamento indica que 73% das grandes empresas dos países do G20 buscaram algum tipo de asseguração em 2023, aumento em relação aos 69% de 2022. Em 2019, esse índice era de apenas 51%, evidenciando uma crescente tendência de verificação externa dos dados reportados.
A maior parte das assegurações continua sendo de escopo limitado, o que sugere uma aposta na confiabilidade dos dados, ainda que com menor profundidade do que a asseguração de razoável por âmbito.
As empresas de auditoria permanecem à frente na obtenção de asseguração, respondendo por 55% das verificações realizadas por grandes corporações — embora essa participação tenha caído de 58% em 2022. Entre os fatores que explicam essa redução estão a consolidação de relatórios, especialmente na União Europeia, onde a emissão de um único relatório de asseguração, em vez de múltiplos, diminuiu o número total de documentos emitidos, porém ampliou a base de clientes de auditoria.
Dados de outros provedores de serviços, como consultores especializados, apontam uma maior frequência na emissão de múltiplos relatórios, sobretudo relacionados às emissões de gases de efeito estufa, com exemplos como a Coreia do Sul, onde em média cada empresa gerou 2,5 relatórios de asseguração em 2023.
Quando as empresas iniciam a certificação pela primeira vez, geralmente concentram-se nas informações relativas às emissões de gases de efeito estufa e tendem a contratar provedores especializados nessa área.
O estudo também aponta aumento no uso de auditorias externas em diversos mercados estratégicos, incluindo Cingapura (+6 pontos percentuais), África do Sul (+4), Reino Unido (+5) e Estados Unidos (+5), cuja participação na asseguração de sustentabilidade cresceu de 23% para 28%. Segundo Susan Coffey, CEO de contabilidade pública da AICPA & Cima, “os auditores trazem conhecimentos sólidos, processos rígidos de independência e uma compreensão profunda do ambiente de negócios.”
Mais de 75% das empresas incluem informações de sustentabilidade em relatórios anuais ou integrados, com a maioria recorrendo a revisores oficiais de contas para assegurar esses dados.
Lee White, CEO da Ifac, afirma que “as grandes corporações têm respondido positivamente aos sistemas voluntários de relatórios e asseguração, impulsionadas pela demanda dos investidores. Com o advento de novas normas internacionais, espera-se uma transição gradual de divulgações voluntárias para obrigatórias, o que deve elevar a qualidade, a consistência e a comparabilidade das informações de sustentabilidade”.
Entre outros dados do estudo, destaca-se que:
98% das empresas divulgam alguma informação de sustentabilidade, índice que se mantém estável;
44% das organizações incluem dados de sustentabilidade em seus relatórios anuais, ante 18% há cinco anos;
Hong Kong, Indonésia, México, Rússia e Arábia Saudita apresentaram aumentos de dois dígitos na quantidade de relatórios assegurados em 2023.
A pesquisa, desenvolvida em parceria pela Ifac e pela AICPA & Cima, analisou relatórios de cerca de 1.400 empresas de 22 jurisdições, com dados de 2019 a 2023, cobrindo as principais economias mundiais e diversas regiões.
Fonte: CFC e Ifac.