
Quais os pilares e o futuro das cidades inteligentes?
Não é surpresa para ninguém que a transformação digital e o desenvolvimento tecnológico trouxeram consigo grandes disrupções aos mercados e, consequentemente, para a sociedade.
Além da remodelação de processos – agora suportados por tecnologia –, novos conceitos e práticas passaram a fazer parte dos ambientes corporativo e social, de modo a desenhar, inclusive, novas perspectivas para um futuro mais sustentável e eficiente em termos de produção.
Nesse cenário, um dos conceitos já bem conhecidos e que tem ganhado cada vez mais importância é o de Smart Cities. De acordo com uma definição da União Europeia, esse conceito se refere a “sistemas de pessoas interagindo e utilizando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.”
Esses fluxos de interação são considerados inteligentes a partir do uso estratégico de infraestrutura, serviços, informação e comunicação com planejamento urbano e gestão, de modo a dar respostas às demandas sociais e econômicas da sociedade.
Conforme o Cities in Motion Index, ranking criado pela IESE Business School, na Espanha, são dez as dimensões que indicam o nível de inteligência em uma cidade:
- Administração Pública
- Governança
- Planejamento Urbano
- Tecnologia
- Meio-ambiente
- Mobilidade e transporte
- Conexões internacionais
- Capital humano
- Coesão social
- Economia
E, se hoje o conceito já demonstra sua importância em termos econômicos, a expectativa é que esse mercado só cresça até o final da década: até 2027, espera-se que, em termos de receita, o segmento de Smart Cities alcance US$ 1,02 trilhão, com uma taxa de crescimento anual de 14,9%.
Um novo contexto
Nos últimos anos, possibilitar e fomentar o desenvolvimento de cidades inteligentes tem sido visto não apenas como um imperativo econômico, mas também ambiental e social. A partir do uso de tecnologia seria possível, por exemplo, aperfeiçoar práticas de segurança pública, diminuir custos de transporte – a partir de medidas que melhorem o tráfego na cidade –, redução dos custos de Estado por meio da digitalização de processos, além da melhoria de serviços de iluminação e saneamento.
Anos atrás, tudo isso poderia parecer um cenário fantasioso, digno de filmes futuristas. Hoje, contudo, a evolução de tecnologias como IoT, big data analytics, inteligência artificial e machine learning já propicia a criação de soluções que garantem um melhor desempenho das cidades – a partir de uma análise robusta de dados e informações que eventualmente possam dar suporte para a criação de ações concretas.
Esse processo, aliás, é visto também na iniciativa privada, por meio de empreendimentos que aplicam conceitos do universo de smart cities para o lançamento de novos empreendimentos mais inteligentes e sustentáveis – esse, aliás, tem sido um de meus focos de atuação no mercado de construção civil.
O futuro
Outra tecnologia que deve ser uma grande viabilizadora das Smart Cities é o 5G, uma nova rede de internet móvel que possibilita a conexão de um número maior de dispositivos, fator que agilizaria o carregamento de informações e, consequentemente, da análise de dados.
Além disso, a velocidade máxima de transferência informacional em uma rede 5G é bastante superior em comparação a sistemas anteriores, o que pode fazer bastante diferença em certos aspectos – como, por exemplo, no envio de imagens de câmeras para centros inteligentes de segurança pública.
Assim, em meio a intensos debates acerca da necessidade urgente de um desenvolvimento sustentável em todo o mundo, pode-se esperar um caminho próspero para a evolução das Smart Cities em âmbito global.
Apesar dos enormes desafios que se apresentam no contexto complexo das megalópoles, cidades como Nova York, Londres e Paris – que já vem aplicando esse conceito em maior escala – podem servir de bons exemplos para que grandes cidades do país tracem seus caminhos para um futuro que equilibre melhoria da qualidade da vida da população, sustentabilidade e eficiência da gestão pública e urbana.
Bons usos para a tecnologia que descortina também transformações sociais e pode revolucionar a forma como entendemos as cidades!
Referências:
https://fgvprojetos.fgv.br/noticias/o-que-e-uma-cidade-inteligente
Artigo escrito por Alexandre Velilla Garcia, head de Administração da ANEFAC