Alta da Selic traz atratividade aos investimentos em renda fixa
Fundos de Renda Fixa, CDBs de bancos, Tesouro Direto e Poupança são aqueles que devem estar na mira dos investidores
Há no mercado a expectativa de novos aumentos da taxa básica de juros (Selic). No relatório Focus, do Banco Central, os economistas consultados estimam que a taxa básica de juros deve encerrar este ano em 6,5%, acima dos atuais 4,25%, e, provavelmente, vai permanecer neste patamar ao longo de 2022. Com esta alta, os investimentos mais conservadores podem ter uma rentabilidade mais atrativa. São eles, Fundos de Renda Fixa, CDBs de bancos, Tesouro Direto e Poupança.
“A Selic saltou de 3,50% para 4,25% ao ano na última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária). Esse movimento do BC é uma resposta à escalada da inflação, que já ultrapassa o teto da meta estabelecida para este ano. Isso significa que a elevação nos rendimentos brutos passará de 0,29% para 0,35% ao mês. No caso da Poupança Antiga nada muda, o rendimento continuará a ser de TR + 0,50% ao mês. Já a Nova Poupança, cuja rentabilidade é de 70% da Selic, passará de um rendimento anual de 2,45% para 2,98%, no mês a mês de 0,20% para 0,25%”, explica Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da ANEFAC.
Para analistas, os investimentos em títulos pós-fixado podem ser a melhor alternativa na renda fixa, sempre que buscando os que sejam liquidados nos próximos dois ou três anos, pois o momento atual tem muitas variantes de incerteza: tanto as campanhas de vacinação como as eleições presidenciais de 2022. A recomendação é evitar investimentos indexados a uma possível alta da inflação, já que a tendência, apresentada pelo Banco Central, é de estagnação ou mesmo redução desse percentual.
O impacto da política monetária nos investimentos depende muito do tipo de linha que a pessoa física escolhe. Cada investimento, tem uma rentabilidade, um risco, uma liquidez e um perfil do investidor. Segundo Oliveira, ainda é, antes de escolher de fato a aplicação mais atrativa, necessário que o investidor saiba qual é o seu perfil, considerando os três existentes: conservador (que não aceita correr nenhum risco), moderado (que eventualmente corre algum risco em busca de uma rentabilidade maior) e o agressivo (que efetivamente opta por correr riscos).
“Para aqueles que se consideram investidores conservadores, as alternativas são aplicações em renda fixa (juros) atrelados aos títulos do governo, CDBs de bancos de primeira linha, Tesouro Direto e Poupança, pois possuem maior segurança além de liquidez imediata. Para aqueles que eventualmente conhecem e aceitam correr riscos, as alternativas estão na Bolsa de Valores, renda variável”, diz o diretor executivo da ANEFAC.
Além disso, é importante entender a questão da tributação incidente sobre os rendimentos e aqui quanto mais longo for menor será a incidência do Imposto de Renda Pessoa Física (IR). Os investimentos de curto prazo, seis meses, sofrerão uma tributação de 22,50% sobre o rendimento e uma aplicação com prazo superior a dois anos de 15% sobre o rendimento.
Oliveira aponta que, como regra geral para a decisão de investimentos mais conservadores, levando em conta pequenos valores a serem aplicados, juntamente com os fatos de facilidade de aplicação, liquidez imediata, não incidência de impostos e não cobrança de taxas de administração uma boa alternativa seria as aplicações em caderneta de poupança, que mesmo limitado o seu rendimento a 70% da Selic, vêm ganhando dos fundos de renda fixa, principalmente nos de baixos valores já que normalmente cobram taxas de administração mais altas.
“Para aqueles que eventualmente possuam um volume de recursos maiores, as recomendações são de diversificar a carteira de investimento aplicando em vários tipos de papeis de forma a reduzir e diluir o risco (parte em renda fixa, outra em renda variável atrelado à Selic, em fundos imobiliários e até em papeis externos). Hoje, as principais corretoras e bancos já oferecem uma gama de alternativas. Apenas vale ficar atento tanto à composição destas carteiras e seus riscos bem como a taxa de administração e de performance que será cobrada”, alerta Oliveira.
A taxa básica de juros (Selic) vai continuar sendo elevada nos próximos meses por conta da ascensão da inflação, com isso os investimentos em renda fixa continuarão sendo mais atraentes. Quanto aos demais investimentos, nada muda diretamente.