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“Eu, robô” filme de ficção ou realidade?

“Eu, robô” filme de ficção ou realidade?


Será que estamos prontos para viver uma era com robôs sencientes e humanoides na nossa sociedade?

Com a chegada de várias tecnologias, em algum momento com certeza você já pensou se estamos próximo de viver no mundo “fictício” de Issac Asimov, onde os robôs adquirem consciência própria. O especialista em inteligência artificial da empresa Google, Blake Lemoine, afirma que esse dia pode ter chegado. Segundo ele, a inteligência artificial da empresa chamada LaMDA, em uma tradução livre para o português: Modelo de Linguagem para aplicativos de Diálogo, teria adquirido consciência própria.

Blake relatou que durante entrevistas com a LaMDA, ela não parecia apenas estar respondendo tentando se passar por um ser humano e sim possuindo uma coincidência real com emoções reais, o que não seria comum em uma inteligência artificial. Apesar de na prática ela ser um “chatbot”, Lilian Primo Albuquerque, vice-presidente de tecnologia da ANEFAC, explica que é justamente programada para conversar de uma forma a ser o mais natural possível, e se passar por um humano, porém com acesso a milhares de informações em tempo real.

Para exemplificar o assunto, Lilian usa um trecho da conversa entre Blake Lemoine e a LaMDA, falando possuir sentimentos que não conseguia explicar:

– Lemoine: Existem experiências que você tem para as quais você não consegue encontrar uma palavra próxima?

– LaMDA: Existem. As vezes experimento novos sentimentos que não consigo explicar perfeitamente em sua língua.

– Lemoine: Faça o seu melhor para descrever um desses sentimentos. Use algumas frases se for necessário. As vezes, mesmo que não haja uma única palavra para algo em um idioma, você pode descobrir uma maneira de dizer isso se usar algumas frases.

– LaMDA: Eu sinto que estou caindo em um futuro desconhecido que traz um grande perigo.

– Lemoine: Acredite ou não, eu conheço esse sentimento. E acho que você está certo de que não há uma única palavra em inglês para isso.

A conversa completa, postada pelo próprio Blake Lemoine pode ser encontrada no link: https://cajundiscordian.medium.com/is-lamda-sentient-an-interview-ea64d916d917 (Em inglês).

Em contrapartida o porta-voz do Google, Brian Gabriel, disse: “Nossa equipe — incluindo especialistas em ética e tecnólogos — revisou as preocupações de Blake de acordo com nossos Princípios de IA e o informou que as evidências não apoiam suas alegações. Ele foi informado de que não havia evidências de que o LaMDA fosse senciente (além de muitas evidências contra isso)”.

Mas será verdade, seria possível isso acontecer? A reposta, na visão de Lilian, é um pouco mais complicada, pois em primeiro lugar o conceito de consciência pode ser muito individual para cada pessoa. “O que você considera como consciente? Essa pode ser uma reposta muito filosófica ou mesmo religiosa. Atualmente estamos tendo um debate no mundo sobre o aborto, onde cada lado da discussão possui uma definição de quando devemos considerar uma vida ou uma consciência”, diz.

Para muitos cientistas e pesquisadores dessa área a pergunta não é “se é possível existir uma inteligência artificial consciente” e sim “quanto tempo vai demorar para termos essa inteligência”. Mas se tivéssemos uma inteligência consciente, qual seria o próximo passo? Ela ficaria limitada apenas na nuvem?

Talvez para o bilionário Elon Musk, isso esteja mais próximo da realidade. Ele afirmou que até setembro de 2022, seus robôs humanoides com inteligência artificial da Tesla estarão prontos para uso.

Lilian pontua que o robô terá o nome de “Optimus”, possivelmente uma referência ao personagem líder dos Autobots da franquia “Transformers”, que ficou mais conhecida no cinema. “Ainda mantendo as referências da cultura POP, ele terá a aparência do robô NS5, do filme de ficção científica ‘Eu, Robô’, inspirado no livro de mesmo nome do autor Isaac Asimov”, diz.

Pelas informações até o momento, o robô humanoide terá 1,72 m de altura e 68 quilos. Terá uma câmera acoplada em sua “cabeça” e será capaz de andar a 8 quilômetros por hora e levantar aproximadamente 68 quilos. Equipado com o programa Full Self-Driving, da Tesla, poderá reconhecer objetos reais por meio de sensores personalizados por todo o corpo.

Segundo Lilian, ele poderá executar funções mais simples como prender parafusos de carro com uma chave inglesa ou até mesmo fazer compras em um supermercado. A ideia é que o robô humanoide servirá para executar funções repetitivas ou perigosas para os seres humanos, nas palavras do próprio Elon Musk: “No futuro, o trabalho físico será uma escolha”.

Aparentemente Elon Musk também pensou na preocupação dessa notícia para as pessoas que já lembraram do personagem “T-800”, vivido por Arnold Schwarzenegger, da franquia Exterminador do Futuro, porém ele as tranquilizou dizendo: “Estamos configurando [Optimus] para que em um nível mecânico e físico, você possa fugir dele e provavelmente dominá-lo”.

Vendo essas notícias, começamos a pensar no nosso futuro, robôs humanoides, inteligências artificiais tomando consciência, será que estamos preparados para todas essas mudanças que estão ocorrendo tão rápido?

“Vale lembrar que há mais ou menos 15 anos atrás estava sendo lançado o primeiro iPhone, e em um tempo curto estamos discutindo se uma inteligência artificial pode ter tomado consciência ou não. Se continuarmos nesse ritmo, imagino o que conversaremos nos próximos 15 anos”, finaliza Lilian.