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O papel central do CFO do futuro

O papel central do CFO do futuro

 

Esqueça a imagem de diretores financeiros centrados exclusivamente em seus departamentos e com uma visão direcionada tão somente em conter os gargalos de custo de uma organização.

Ao acompanharmos estudos e tendências sobre o universo dessas lideranças no ambiente corporativo global, é possível identificar, com clareza, um viés cada vez mais estratégico de um profissional que deve também ter capacidade de assumir riscos e ser um dos pilares do processo decisório e da transformação digital nas companhias ao redor do mundo.

Essa é a conclusão, por exemplo, de um excelente estudo da IBM realizado ao longo de 2021 que define os novos CFOs como “os arquitetos da ação e os líderes da mudança” dentro da realidade do mercado contemporâneo. Para tanto, o estudo identifica 5 fatores indispensáveis para uma trajetória de sucesso na carreira destes profissionais, a saber:

● Visão estratégica;

● Agilidade organizacional;

● Visão orientada por dados;

● Ampliação de skills para lidar com inovação;

● Atuação baseada em fluxos de trabalho inteligentes.

Tais atributos – que, quando aplicados, podem gerar um ganho de eficiência de até 4 vezes no desenvolvimento e na execução de estratégias nas empresas, enquanto reduz custos na casa de 8% – naturalmente, se relacionam de modo direto com o contexto de empresas com modelos operacionais mais ágeis e flexíveis que, por sua vez, demandam de um CFO a capacidade de equilibrar o interesse das corporações por disrupção com uma perspectiva objetiva da realidade do negócio.

Em outras palavras: o CFO permanece como o “guardião da estabilidade da empresa”, mas agora também deve guiá-la, em conjunto com o CEO, pelos mares da inovação e também do desconhecido.

Insights semelhantes também podem ser extraídos de uma pesquisa ampla da McKinsey sobre o novo perfil dos CFOs. Para a consultoria, a atuação dos diretores financeiros estará intrinsecamente ligada aos líderes de inovação e tecnologia: é papel do CFO, por exemplo, fornecer orientação e disciplina para que o navegar pelos mares da inovação que comentei acima seja feita a partir de uma estrutura de processos bem definida, potencializando assim a chance de geração de resultados.

Nesse sentido, a McKinsey também enxerga uma perspectiva importante: em um plano geral do mercado, os diretores financeiros assumirão, de modo ainda mais incisivo, um perfil de atuação mais generalista para dialogar com outros líderes C-Level e que – combinado com seus skills técnicos e base de conhecimentos – lhe trará protagonismo no cotidiano das organizações contemporâneas.

E o fato é que essas perspectivas já podem ser vistas de modo concreto no ambiente de negócios atual quando analisamos, por exemplo, o direcionamento de investimentos liderados pelas áreas financeiras das empresas. Sobre esse ponto, um estudo da Deloitte mensurou como os CFOs acreditam que a distribuição de recursos financeiros será realizada no mercado dentro do curso dos próximos 3 anos.

Segundo o levantamento, as prioridades serão, respectivamente, as seguintes:

● Investimentos em digitalização;

● Em produtividade e performance organizacional;

● No desenvolvimento de novos skills nas equipes;

● Despesas de capital;

● Investimentos em hardware e infraestrutura.

Cruzando todos esses dados e insights percebemos, pois, que o CFO, por um lado, terá um papel determinante na estratégia do negócio (orientação de outros líderes, formação de talentos, processo decisório) e na própria corrida de inovação que avança dentro de um mercado globalizado, competitivo e que anseia tanto por diferenciação, quanto por novas transformações.

Assim, é papel do CFO do futuro se preparar para as demandas organizacionais de uma economia em constante processo de mutação e para assumir uma liderança central nessa nova realidade. Vale frisar que estamos falando de um futuro que já dá as caras e que conta com os diretores financeiros como guias capazes de unir resultados, eficiência e o destemor para construir o novo junto com seus pares e equipes.

Artigo escrito por Alexandre Velilla, head de Administração da ANEFAC

Fontes:

https://www.ibm.com/thought-leadership/institute-business-value/c-suite-study/cfo

https://www.mckinsey.com/featured-insights/themes/how-the-role-of-the-cfo-is-

evolving?cid=other-eml-alt-mip-mck&hdpid=79e69f24-0231-49d9-a67a-

ef7f84571cb6&hctky=1988908&hlkid=a774e1a8976d4a078406df70a8406fd5

https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/uk/Documents/finance/deloitte-uk-cfo-survey-q4-2021-report.pdf