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Por que grandes líderes devem investir na formação de novas lideranças?

Por que grandes líderes devem investir na formação de novas lideranças?

Construção de legados. Que forma mais objetiva de transmitir esse paradigma do que contribuindo para a formação de novas lideranças que conduzirão o mercado do futuro, sem abrir mão de valores positivos do presente?

Fato é que, na essência de um grande líder, há um movimento de inspiração que motiva outras pessoas a construírem trajetórias de sucesso e a fomentar um ciclo contínuo de desenvolvimento, renovação e mudança sem que se percam os alicerces da história que sustenta as bases de uma empresa de excelência.

E refletir sobre a formação de novas lideranças não é somente uma questão de altruísmo, mas uma forma de abrirmos caminhos para a superação de, pelo menos, três desafios cruciais do ambiente de negócios contemporâneo:

  • O engajamento e a fidelização de colaboradores em tempos de great resignation e alta rotatividade nas organizações;
  • A formação de mão de obra qualificada e capaz de atender as demandas de um mercado que vive um ciclo ágil de transformações disruptivas;
  • A própria necessidade das empresas em fortalecer seus bancos de liderança para processos sucessórios.

Diferentes indicadores, por sua vez, reforçam como essas questões podem gerar impactos significativos tanto no desenvolvimento de carreiras bem-sucedidas, quanto na própria estrutura financeira de uma organização.

Segundo dados da Harvard Business Review, por exemplo, cerca de US$ 1 trilhão por ano é gerado de gargalo entre as principais companhias do mundo, somente em virtude de falhas na formação de lideranças. Já a DDR constatou que 45% dos líderes que passaram por processos estressantes de transição se consideram profissionais medianos ou abaixo de seus pares. Ou seja: sem um devido preparo e o apoio dos executivos presentes, o futuro de organizações e carreiras é comprometido no longo prazo.

Mas quais as etapas para transformarmos esse cenário?

Educação, cultura e inspiração

Na minha visão, a jornada de formação de lideranças passa por 3 eixos centrais:

Investimentos e incentivo a melhoria contínua

Toda empresa deve investir em programas de formação de lideranças, treinamentos e rotas de aprendizado guiadas tanto por centros formais de desenvolvimento (universidades corporativas, cursos e parcerias com institutos educacionais), quanto por valores e princípios que estimulam uma cultura de melhoria contínua.

E se engana quem pensa que essa é uma responsabilidade exclusiva da área de recursos humanos: cada liderança deve fazer seu papel para a construção de jornadas de desenvolvimento em prol tanto dos objetivos estratégicos do negócio, quanto da elevação do potencial e do corpo de skills de colaboradores e equipes. 

Construção de culturas fortes e pontes de diálogo

E por falar em cultura, quando há uma integração entre equipes e lideranças – que devem atuar de modo mais aberto, horizontal e democrático – as trocas, movimentos de inovação, mentalidades colaborativas e a influência positiva que flui no ecossistema humano de um negócio só se fortalece.

Para tanto, os líderes atuais jamais devem confundir autoridade com arrogância ou portas fechadas para o diálogo e a troca. Parafraseando o cavaleiro e bicampeão olímpico alemão, Klaus Balkenhol, um chefe demanda obediência cega; um líder conquista sua autoridade por meio da compreensão e confiança.

Liderança inspiradora e pelo exemplo

É também na cultura integrada que a liderança pelo exemplo, que inspira se difunde por uma organização. Para tanto, os líderes devem agir com transparência, honestidade e de acordo com os valores que propagam, de modo que seja construída, de fato, uma relação de confiança em todos os níveis do negócio.

Finalmente, precisamos ter em mente que, do mesmo modo como tivemos mentores que nos fizeram avançar no início de nossas jornadas, é parte de nossa contribuição para a sociedade dividir aquilo que acumulamos de conhecimento e experiência capaz de transformar vidas para melhor.

Novamente, não se trata de mera abnegação, mas de uma mentalidade colaborativa uma vez que, quando nossas equipes crescem, nós evoluímos em conjunto. Ou, como bem sintetizado por Andrew Carnegie, nenhum homem será um grande líder se quiser fazer tudo sozinho ou se quiser levar todo o crédito por fazer isso

Artigo escrito por Alexandre Velilla Garcia, head de Administração da ANEFAC